Este texto é do livro “Pela Dor e Pelo Humor” em eterna revisão, de Mirian Aguiar. Ela usa o pseudônimo de Tereza.

Tereza brinca com sua vida: vida de domística segundo ela. Lembra uma vez que recebeu Gastão e um aluno para prática de Yoga na sua Casa de Yoga e ela estava tirando do forno um bolo de banana. O cheiro contagiou os entrantes e ela suspendeu a aula para oferecer um pedaço do bolo e conversar sobre a vida. Deram risada juntos quando ela expressou que se sentia o próprio Oráculo no filme Matrix, oferecendo biscoitos para seus visitantes. 

Tereza não tem anseios de escritora, é uma escrivinhante, como mesmo ela se define, alguém que anda pela vida anotando as percepções na mente sem evitar os borrões, pois a vida não tem ensaio, acontece num fluxo de experiências que alternam passado, presente e futuro simultaneamente. A mente, esta danada, que insiste em criar quadrinhos por quadrinhos feito histórias de gibi e que nos faz acreditar que tem início, meio e fim. Para um observador mais atento tudo é fluxo feito a fita de Möbius, que retrata na sua simplicidade o símbolo do infinito, tempo-espaço que dobram sobre si mesmo, mostrando que nada é linear feito o gibi da Mônica ou Mangá. Representa o continuum e também o entrelaçamento das experiências e reflete a base de todo filosofia oriental, principalmente o Yoga. 

Ela não escreve, apenas refaz o que já foi escrito, ordenando as linhas tortas do caminho que pisa, colocando os pingos nos is nas poças que mergulha com tantas interrogações. Depois relê bem baixinho para que dentro dela fiquem marcas indeléveis das pegadas que ainda não fez. 

É nessa perspectiva que Tereza escreve sobre suas vivências de Corpo, Mente e Espírito, que transcrevo integralmente para que possamos saborear seus “quitutes” de autotransformação.